Cursos de EaD: A sentença de morte da escola tradicional?
Há poucos anos atrás, quando se falava em cursos de EaD – Educação à Distância, a desconfiança era muito grande. Imitando talvez o que acontecia em relação aos antigos cursos por correspondência, boa parte do público associava o EaD a algo sem qualidade, de procedência duvidosa ou ineficaz. Hoje, os cursos de EaD são um sucesso. De acordo com o jornal DCI , uma pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), aponta que se for mantido o número atual de alunos ingressantes no EaD, ele superará o formato presencial em 2023. Isto corresponde a 2,2 milhões de matrículas somando 51% do total de alunos no Brasil.
Para profissionais da área de tecnologia, o EaD é um oásis: cursos na área multiplicam-se nas plataformas, tanto pagas como gratuitas. Cada vez mais, grandes instituições de ensino rendem-se ao modelo. Por exemplo, a plataforma EdX reúne cursos online de várias das melhores Universidades tradicionais do mundo. A Udacity, escola sediada no Vale do Silício, Califórnia, é especializada em cursos na área de tecnologia. Seus programas são oferecidos no Brasil, e contam com coordenadores, mentores e revisores de projetos brasileiros.
Porém, se para o profissional de TI estudar ou trabalhar no mercado de ensino online é o caminho mais óbvio e atraente, os cursos de EaD ainda não são uma unanimidade entre uma boa fatia do mercado estudantil. O modelo ainda encontra resistência por boa parte dos interessados em diversas formações. Então, a pergunta vem à tona: Os cursos de EaD vão mesmo acabar com o ensino presencial?
O Paraíso EaD: é confortável, mas exige disciplina
De acordo com o mesmo estudo da ABMES, um dado chama à atenção: 62% dos entrevistados acreditam que o EaD não é bem avaliado no mercado de trabalho e 56% dizem ainda preferir o presencial. Quais então seriam as razões que fazem com que muitos clientes potenciais do EaD não estejam persuadidos a sair do ensino convencional? A razão mais óbvia é que nem todos os cursos estão disponíveis ou não são possíveis de serem ministrados em EaD.
Entretanto, outro aspecto relevante para os estudantes mais tradicionais é que o sucesso na modalidade à distância requer um nível elevado de motivação e disciplina. Se, por um lado o conforto de poder apreender fora da escola, em qualquer lugar e hora pareça vantajoso, por outro, o EaD torna mais complicado para muitas pessoas a manutenção da concentração e o estabelecimento de metas fora do ambiente escolar usual.
Outro dado interessante é o perfil do público que prefere o EAD: 38% possui de 31 a 40 anos de idade, e 29% está acima dos 40 anos. Também 83% destas pessoas trabalham e 63% são casadas, o que mostra o EaD concentrado naqueles que realmente tem a escassez de tempo como fator motivador na busca por outras formações à distância.
Nem o Céu e nem a Terra: a aceitação do modelo semi-presencial
Uma alternativa que parece trazer maior convergência de interesses entre os diversos nichos de estudantes é o chamado modelo misto (semi-presencial). Nesta modalidade, uma parte da aprendizagem é à distância e a outra é composta por encontros presenciais, sessões tira-dúvidas, aulas práticas e avaliações. Um bom exemplo desse modelo é a Universidade Virtual do Estado de São Paulo(Univesp) , entidade mantida pelo governo do Estado de São Paulo, que oferece cursos de graduação bastante reconhecidos no mercado, com processos seletivos altamente concorridos.
Assim, concluímos que apesar do ensino presencial ter seu lugar e público ainda cativos, o EaD cresce com a mesma velocidade da tecnologia, fazendo com que cada vez mais pessoas façam pelo menos uma experiência de qualificação virtual. E, grande parte do público que prova o estudo à distancia, acaba fazendo outros cursos depois. E você, pensando em fazer um curso à distância na área de TI? Então, entenda melhor sobre a área e qual o mercado de trabalho que você pode atuar.