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Obsolescência Programada: realidade ou conspiração?

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Obsolescência Programada: vilã ou salvação do mercado tecnológico?

Muitos de nós estamos plenamente convencidos pelo argumento de que eletrônicos, carros e outras tecnologias têm um tempo de vida propositalmente curto para que seja inevitável trocá-los. Este é o fenômeno popularmente chamado de obsolescência programada.

Para reforçar a veracidade do fato, um curioso caso é frequentemente apontado como uma prova de que a obsolescência programada realmente existe. É a história da Luz Centenária (Centennial Light). A Luz Centenária nada mais é do que uma luminária instalada em um posto de bombeiros, na cidade de Livermore, California. Ela está ligada há 117 anos e funcionando perfeitamente. Inclusive, você pode acompanhar aqui uma webcam que atualiza a imagem da Luz Centenária há cada 30 segundos até hoje.

Muitos afirmam que esta lâmpada é prova de que todas as lâmpadas e várias outras tecnologias poderiam facilmente durar décadas. Entretanto, seria mais lucrativo ter produtos com tempo de vida limitado, gerando vendas constantes para a empresa. De acordo com Mohanbir Sawhney, professor da Northwestern University, “Esta é a teoria da conspiração da obsolescência planejada”. Mas , a teoria da conspiração da obsolescência programada seria verdadeira? Ela realmente existe? A resposta é sim, mas com ressalvas.

Até certo ponto, a obsolescência programada é uma conseqüência inevitável de negócios sustentáveis ​​que dão às pessoas os produtos que desejam. Desta forma, a obsolescência funcionaria como o reflexo de uma cultura voraz e consumista que as indústrias criaram em seu benefício. Se pensarmos mais um pouco, as empresas precisam reagir conforme o gosto de seus consumidores. Assim, tanto podem existir empresas que realmente só enganam o comprador, como outras situações, onde são os consumidores que pedem constantes renovações, tendo sua “parcela de culpa” no esquema.

Durabilidade inventada e Apple processada

Por parte das empresas, a obsolescência programada existe em casos como os de “durabilidade inventada”. Por exemplo, são colocadas peças frágeis em produtos, tornando os reparos mais caros do que a compra de um item novo. Ou também, ocorrem melhorias estéticas desnecessárias que tornam versões anteriores dos produtos desatualizadas, sem razões significativas.

No caso dos smartphones, a obsolescência é bem declarada: a vida útil média dos aparelhos é de 2 anos, considerando que mesmo durante este tempo a vida da bateria diminui consideravelmente, as constantes atualizações de software e aplicativos deixam o aparelho mais lento, além de itens frágeis como o touchscreen que são caros para serem trocados, ou insubstituíveis pela simples falta de peças de reposição.

Recentemente, o conceito de obsolescência programada ganhou as manchetes mundiais quando um grupo francês de advogados, chamado “Stop Planned Obsolescence”, apresentou uma queixa criminal contra a gigante de tecnologia Apple. Os advogados acusaram a Apple de intencionalmente projetar seus IPhones para um desempenho cada vez pior à medida que envelheciam, com a finalidade de vender mais. A Apple respondeu à acusação dizendo que através de um processo chamado “smoothing” (suavização), a vida útil da bateria e velocidades de desempenho de seus IPhones eram reduzidas para proteger os circuitos dos aparelhos de envelhecerem por conta de novas e programações, aplicativos ou atualizações. Ao mesmo tempo, a Apple ofereceu aos consumidores a opção de substituir suas baterias por um preço reduzido.

O consumidor também tem sua parcela de “culpa”

Por outro lado, pode ser muito simplista condenar a obsolescência programada como algo errado. Ao considerarmos uma visão macroeconômica, a rápida rotatividade de bens impulsiona o crescimento e cria grandes quantidades de empregos. Basta pensar no dinheiro que as pessoas ganham fabricando e vendendo milhares de smartphones e notebooks no mundo. Além disso, a introdução contínua de novos widgets para ganhar (ou reconquistar) a massa de novos e antigos clientes, tende a impulsionar a inovação e melhorar a qualidade dos produtos. Como resultado desse círculo vicioso e virtuoso, a obsolescência torna-se interessante para mais gente:. mercadorias baratas, disponíveis para quase todos os países, e mercado de trabalho aquecido.

É realidade também que muitos consumidores preferem pagar menos pelo último modelo de um smartphone, mesmo sabendo que a bateria diminui sua performance em um curto período de tempo. Na visão deste público, a possibilidade de adquirir a melhor evolução tecnológica do mercado a um valor razoável, compensa a bateria inferior.

Assim, podemos concluir que a obsolescência programada é uma via de mão dupla. Por um lado, as empresas tentam claramente maximizar seus lucros e gerar constante interesse do seu público por novidades. Em contrapartida, o mercado consumidor em vários nichos como tecnologia, carros e eletrodomésticos é bastante exigente e relação às novidades, atreladas a preços minimamente razoáveis. Gosta de tecnologia? Então acompanhe as últimas tendências do mercado aqui no Blog da Control F5.

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